Por Jú Taouil
Entre pedras e flores, vejo o céu
Tão resplandecente quanto o olhar perdido
Da menina vagando na rua.
Milhões de sombras ao seu redor
"O que faço aqui?", se nem consegue
Enxergar a própria luz que emana de
Seus próprios passos.
Olha pras estrelas no céu
"O que são aquilo?" Vagalumes iluminam
Sua faceta, raio do desconhecido.
Muitos à sua volta, nenhuma lembrança.
Nenhuma lembrança, só o pudor de viver
Uma vida sem sentido.
E lá se foi, perdidamente vivendo naqueles trilhos
Descalça pisava com pés sujos,
Sem saber pra onde ir.
Entre águas cristalinas e rios sujos
A podridão da doença daqueles pobres
e insanos que riam da menina passando
na rua. Sabe ela o que faria se ninguém erguia
a mão àquele broto selvagem, perdido na selva
Na imensidão do horizonte, onde nada tinha.
E lá se foi, perdidamente vivendo naqueles trilhos
Descalça pisava com pés sujos,
Sem saber pra onde ir.