Como era bela
a música em sua vida.
Tão leviana, dançava
como uma criança.
Seus olhos esverdeados que
no escurecer da noite
nada mais eram que resquícios
de uma vaga lembrança
da simulação de uma dança.
Suas mãos aconchegantes
faziam jus ao retrato que pendurava
em seu quarto: o rosto de uma bisa
que a enlaçava com ardor
falando palavras de amor.
Ai da menina que sempre dançou
às escondidas com certo rancor.
Nas sombras se recostava e emulava
consigo mesma a simples aceitação
de seu ser: "deixe estar, sinhá!
terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
sábado, 1 de fevereiro de 2014
Inconsistências Diárias
Estava farta das pessoas que se faziam de vítima. Queria pôr um ponto final na história. Mas, era mais difícil do que se esperava... gostava de falar em público, conversar com os amigos mais próximos, ser extrovertida quando cercada de boas intenções. E, quando pisavam na bola... era, sem dúvidas, algo constrangedor. Como as pessoas podiam ser repugnantes, às vezes, pensava. No entanto, não conseguia bater de frente com a mesma indiferença de outrem. Gostava, na verdade, de ser ela mesma, não lhe agradava a ideia de seguir a maré. Talvez, era por isso que se sentia raivosa. Já não bastava mais ouvir sua mãe: não dava certo. Porque era do tipo que batia de frente... sempre foi cabeça dura, sempre parecia atropelar tudo e todos.
Ela era assim, uma pentelha. Roqueira, metida a esperta, com personalidade extravagante e sempre com um pé atrás. Compulsiva. Isso, compulsiva. Todavia, não conseguia, quiçá, expressar tudo que sentia. Já era demais para a garota. Por isso, seu maior desafio era este: se desprender por entre as páginas que jorrava lágrimas de compaixão pela escrita. Afinal, era uma comunicadora. Não precisaria ficar tão tímida, aliás, de tímida não tinha muito. Era resguardada, o que é diferente de ser tímida.
Parece mesmo que adorava se fazer de vítima! Por que ser cerceada por si própria de sua liberdade de expressão e de dizer tudo que pensa sobre o mundo contemporâneo? Talvez porque ela sempre quis ser rebelde, a politicamente incorreta, fugindo dos dogmas e doutrinas de nossa sociedade. Pois, quem disse que a transparência é o crachá dos autênticos? Às vezes, sentia que os valores estavam invertidos... Parecia mesmo que tudo havia sido banalizado pelo mundo globalizante (isso mesmo, globalizante. A influência de algumas poucas potências sobre a maioria dos países, ou melhor, dos demais países).
Estava cansada. Muito mesmo... de tudo e de todos. Mas não: ela não era vítima de nada, ela também era mais uma dentre milhões de rostos desconhecidos. Por isso, se rebelava... era insurgente, intolerante. Queria voar, só isso. Precisava, no entanto, de uma caneta e uma folha para dar o primeiro passo para o céu.
Só assim se sentia um pouco melhor.
Ela era assim, uma pentelha. Roqueira, metida a esperta, com personalidade extravagante e sempre com um pé atrás. Compulsiva. Isso, compulsiva. Todavia, não conseguia, quiçá, expressar tudo que sentia. Já era demais para a garota. Por isso, seu maior desafio era este: se desprender por entre as páginas que jorrava lágrimas de compaixão pela escrita. Afinal, era uma comunicadora. Não precisaria ficar tão tímida, aliás, de tímida não tinha muito. Era resguardada, o que é diferente de ser tímida.
Parece mesmo que adorava se fazer de vítima! Por que ser cerceada por si própria de sua liberdade de expressão e de dizer tudo que pensa sobre o mundo contemporâneo? Talvez porque ela sempre quis ser rebelde, a politicamente incorreta, fugindo dos dogmas e doutrinas de nossa sociedade. Pois, quem disse que a transparência é o crachá dos autênticos? Às vezes, sentia que os valores estavam invertidos... Parecia mesmo que tudo havia sido banalizado pelo mundo globalizante (isso mesmo, globalizante. A influência de algumas poucas potências sobre a maioria dos países, ou melhor, dos demais países).
Estava cansada. Muito mesmo... de tudo e de todos. Mas não: ela não era vítima de nada, ela também era mais uma dentre milhões de rostos desconhecidos. Por isso, se rebelava... era insurgente, intolerante. Queria voar, só isso. Precisava, no entanto, de uma caneta e uma folha para dar o primeiro passo para o céu.
Só assim se sentia um pouco melhor.
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