Hauri todas as possibilidades e cheguei à seguinte conclusão: queremos receber; dar que é bom, não. O ser humano é um bicho complexo demais para tentar desvendar todos os mistérios que o cercam. Por isso, acredito, às vezes, que nos é inútil o pensar incessante de certas nebulosidades e maravilhas misteriosas que só Deus, ou uma força mágica, nos concebeu. Vale tanto a pena, assim, filosofar tardes e tardes pensando por que, afinal, uma cadeira é uma cadeira, como o faz o intrigante e eloquente filósofo Nietzsche?
Hoje, vivemos um verdadeiro paradoxo: estamos tão exaustos, cansados na ânsia descontrolada e desenfreada de consumir mais e mais imagens, informações e conteúdos, que não queremos pensar em mais nada. Desejamos, ao contrário, meditar horas e horas ao lado de belas e energizantes cachoeiras interioranas. Por que não? Faria tão bem ao nosso espírito! E o pior não é saber disso, é saber o quão impotentes e frágeis nos encontramos nos dias de hoje.
Sim. Frágeis. Qualquer coisa parece nos derrubar. Somos suscetíveis às mais variadas doenças a todo e qualquer instante. Por isso, penso que nada em excesso é bom: não devemos nos prender e criar utopias acerca da finalidade real de nossa existência, tampouco viver debaixo desta superficialidade que emerge, com tamanha intensidade, da era da iconofagia.
Devemos, ao contrário, ser uma ponte entre a terra e o céu. Receber tão quanto conceder. E, sobretudo, nos calar nos mistérios divinos que coroam a magnitude do universo. E do ser humano.
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