Sem muito brilho. Sem grandes expectativas. Audácia em alta. O jogo de hoje protagonizado pelo suíço cabeça de chave número dois do torneio, Roger Federer e, Julien Benneteau, tenista do top 30, fez a quadra central de Wimbledon tremer diante das fortes emoções proporcionadas pelos dois jogadores na luta por uma vaga pelas oitavas de final do Grand Slam inglês.
O jogo começou morno, sem muitas chances de quebra para cada um dos lados. Até que, no 4/4 da primeira parcial, com saque de Federer, o francês se impôs com tamanha precisão e agressividade, quebrando o serviço do suíço, concretizando sua vantagem em 6/4 no primeiro set. Julien Benneteau continuou a ser agressivo e consistente em seus golpes no set seguinte. Sua confiança aumentava gradativamente, inclusive nos momentos de pressão, quando Federer teve a chance de fechar a segunda parcial, com três break points e set points ao seu favor. Entretanto, o francês levou a partida para o tie-break, fazendo 7/6 (7-3) no suíço.
No terceiro set, entretanto, a partida levou um rumo totalmente diferente dos dois anteriores. Mais regular, Federer manteve seus serviços à frente de um francês apático; cansado fisica e mentalmente, concretizando seu bom momento no jogo, cedendo apenas dois games ao seu adversário na terceira parcial. No set seguinte, a disputa começou equilibrada, com ambos tenistas colocando a bola para correr, com fome de vencer. O suíço, no entanto, levou a vantagem, ao fechar em 7/6 (7-5) na quarta parcial.
Por fim, no último e decisivo set, Federer mostrou do por que ser o melhor jogador em quadra. Consolidando seus games de saque e quebrando o serviço de Benneteau em todas as oportunidades que teve, o suíço não só virou, mas fechou a partida com audácia e moral alta. Com 6/1 na quinta parcial, Federer se classificou para a quarta rodada do torneio.
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Comentário à parte
Assisti hoje à uma partida sensacional, emocionante. Sentada na sala na companhia de meu pai, me esculachei, me arranhei, vibrei e gritei como um bicho, literalmente. Fazia tempo que não via um jogaço de tênis como o de hoje. Não estou falando meramente da parte tática e técnica do jogo, até porque não assisiti à um espetáculo de jogadas ou a um emaranhado de pontos dignos de se tirar o chapéu. Mas sim, testemunhei uma grande partida, na qual o esforço mental foi/é o quesito principal na consolidação de uma vitória. E Federer o teve. Como diz o grande comentarista de tênis Dácio Campos, o "Leão da Montanha" ressurgiu na hora "H" e se impôs definitivamente nos pontos-chave da partida. Muito embora Federer tivesse perdendo os dois primeiros sets para o francês, o suíço manteve, durante a partida inteira, uma audácia e sede de vencer não só o jogo de hoje, mas um futuro vislumbramento de faturar o torneio inglês. Por isso, vibrava a cada ponto que julgava ser importante. Errou muito, sim. Mas não desistiu da vitória nenhum momento sequer. Vitória essa que seria difícil, visto o ótimo dia inspirador que se encontrava o francês. Afinal, o que poderia ter no café da manhã de Benneteau? Não se sabe, mas que o algoz de Federer jogou muito, jogou. Correu atrás de todas as bolas possíveis e impossíveis esboçadas pelo suíço. Diria até, desprovidamente de orgulho no momento, que o francês jogou bem melhor que Federer. Pois, diferentemente do ex- número 1 do mundo, Julien Benneteau jogou acima do que poderia, chegando em todas as bolas, profundidades e ângulos; sem contar que não cometeu erros bobos como o fez Roger. Entretanto, como os fins, na maioria das vezes, justificam os meios, o suíço saiu como o grande vencedor da partida, mostrando que a frieza e paciência foram seus grandes êxitos no final do jogo. E, por que não, um jogador mais completo.
O maior da história, Roger Federer.
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