terça-feira, 9 de abril de 2013

A Sociedade Capitalista e o consumismo exacerbado: Reflexos do Pós-Modernismo


Por Juliana El Taouil Azar

Ritmo desfrenético. Isso mesmo. Vivemos em um mundo cada vez mais ritmado, limitado, estreito. Nossas vidas são pautadas por um cronômetro, em que o tempo é cada vez menor para realizar nossas atividades cotidianas, como acordar, tomar café, atravessar o trânsito das cidades, ir ao trabalho, almoçar, pegar o metrô em horários de pico, voltar para casa e, em poucos instantes, retornar para a cama para trabalhar cedo no dia seguinte. Esse é o ciclo rotineiro da grande maioria das pessoas, que, cada vez mais, são engolidas pelos tempos do Pós-Modernismo.
A era Pós-Moderna, em percurso desde as últimas décadas, estabelece padrões de vida cada vez mais hegemônicos e homogêneos, ou seja, procura enquadrar os indivíduos em uma sociedade cada vez mais capitalista, onde cada pessoa deve ingressar ao sistema vigente, no intuito da sobrevivência e da não-excludência. Por isso da mesmice que tanto norteia a vida dos habitantes - é preciso trabalhar cada vez mais, para se ter um poder aquisitivo maior e, por conseguinte, melhor qualidade de vida, estereotipada pelo consumismo exacerbado. O problema que reside, no entanto, da obsessão por mais capital e consumo, em um mercado cada vez mais acirrado, são os arquétipos veiculados pela sociedade marquetesca do que seria uma vida ideal. As pessoas querem ter cada vez mais, esquecendo-se, entretanto, de sua essência e de seus valores humanos.
Em meio à essa perda de identidade, de valores, cada indivíduo é considerado "mais um" no mundo. A era Pós-Moderna tem como uma de suas principais características a perda da originalidade, personalidade intrínseca a cada ser. Todos são iguais, devem ter as mesmas coisas, consumir os mesmos produtos, e em meio a tantos slogans e propagandas, a bagagem cultural e capacidade cognitiva das pessoas é anulada pela necessidade de se ter cada vez mais. E, para se ter, é necessário fazer, trabalhar desfreneticamente, ter um bom emprego para consumir mercadorias de interesse pessoal e/ou alheios.
As questões que perduram, talvez, diante desses fatos, são: "quem somos", "o que realmente viemos buscar em um mundo tão vasto e contraditório?" Hoje, e desde sempre, se fazem necessários momentos de introspecção, nos quais podemos pensar e refletir sobre nossas vidas e sobre o que realmente buscamos. Afinal de contas, de que adianta termos e consumirmos cada vez mais se não sabemos o por quê de estarmos atrelados à um sistema, que em termos, é tão condenatório e impositivo? Cadê a divergência e pluralidade de pensamentos? Será que a personalidade de cada um deixou de ser elemento importante da formação e constituição humana?
Nós, seres humanos, devemos, pois, procurar caminhos que nos guiem no mundo capitalista, tão integrante, mas ao mesmo tempo, tão excludente. A meditação, ou atividades de cunho espiritual, são essenciais e se fazem imprescindíveis como momentos de indagação sobre quem somos, o que se passa a nossa volta e o que realmente queremos. Dessa forma, deixaremos de ser apenas conduzidos, "mais um" e passaremos a ser alguém que pensa de fato.

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