sábado, 1 de fevereiro de 2014

Inconsistências Diárias

Estava farta das pessoas que se faziam de vítima. Queria pôr um ponto final na história. Mas, era mais difícil do que se esperava... gostava de falar em público, conversar com os amigos mais próximos, ser extrovertida quando cercada de boas intenções. E, quando pisavam na bola... era, sem dúvidas, algo constrangedor. Como as pessoas podiam ser repugnantes, às vezes, pensava. No entanto, não conseguia bater de frente com a mesma indiferença de outrem. Gostava, na verdade, de ser ela mesma, não lhe agradava a ideia de seguir a maré. Talvez, era por isso que se sentia raivosa. Já não bastava mais ouvir sua mãe: não dava certo. Porque era do tipo que batia de frente... sempre foi cabeça dura, sempre parecia atropelar tudo e todos.

Ela era assim, uma pentelha. Roqueira, metida a esperta, com personalidade extravagante e sempre com um pé atrás. Compulsiva. Isso, compulsiva. Todavia, não conseguia, quiçá, expressar tudo que sentia. Já era demais para a garota. Por isso, seu maior desafio era este: se desprender por entre as páginas que jorrava lágrimas de compaixão pela escrita. Afinal, era uma comunicadora. Não precisaria ficar tão tímida, aliás, de tímida não tinha muito. Era resguardada, o que é diferente de ser tímida.

Parece mesmo que adorava se fazer de vítima! Por que ser cerceada por si própria de sua liberdade de expressão e de dizer tudo que pensa sobre o mundo contemporâneo? Talvez porque ela sempre quis ser rebelde, a politicamente incorreta, fugindo dos dogmas e doutrinas de nossa sociedade. Pois, quem disse que a transparência é o crachá dos autênticos? Às vezes, sentia que os valores estavam invertidos... Parecia mesmo que tudo havia sido banalizado pelo mundo globalizante (isso mesmo, globalizante. A influência de algumas poucas potências sobre a maioria dos países, ou melhor, dos demais países).

Estava cansada. Muito mesmo... de tudo e de todos. Mas não: ela não era vítima de nada, ela também era mais uma dentre milhões de rostos desconhecidos. Por isso, se rebelava... era insurgente, intolerante. Queria voar, só isso. Precisava, no entanto, de uma caneta e uma folha para dar o primeiro passo para o céu.

Só assim se sentia um pouco melhor.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Tão simples

Perdão. Ele é bom sim, é verdade. Mas, sabe... têm coisas que devem ir e vir seja lá como Deus quiser! Não se pode pensar muito nestas horas: o perdão é tão natural quanto acenar com a cabeça um sim ou um não. Por isso, para que forçar uma situação, se dentro de você ela já se encontra mais do que resolvida?

Não. Não dá. Não se pode forçar nada. A vida é tão mais bonita quando de olhos fechados vemos a realidade como ela realmente é! Então... que sejamos ligeiros o bastante para saber que a felicidade é a coisa mais natural do mundo. E ela nunca precisou perdoar e ser perdoada para deixar de sê-la... assim... tão simples!

sábado, 18 de janeiro de 2014

?

"Não liga, não liga. Tudo é besteira".

- Tá bom então.

Se tudo é besteira, somos feitos de besteira também? Somos feitos de quê? Só de carne e osso?

- Não.

Somos feitos de sentimentos: de amor, de felicidade, de tristeza, de solidão, de amargura, de compaixão... nos derretemos como manteiga também. E choramos rios de lágrimas. Somos feitos de gente, sim. Somos oscilações oscilantes em um instante qualquer...

Por isso, cansei de ouvir superficialidades. Cansei de ouvir "esquece isso", "esquece aquilo". Não quero. Eu quero encarar as coisas. Não quero deixar tudo pra lá, porque tudo faz parte de um mesmo espaço, afinal, quem disse que há cobertura quando há o céu? Vivemos ao ar livre, somos bichos, somos animais. Precisamos de natureza. Precisamos latir de vez em quando. Precisamos dizer não aos "nãos" da vida. Não quero ser taxada de intransigente pro resto da vida: quero voar tão quanto uma linda borboleta, cujo brilho colorido é tão transparente quanto a felicidade que palpita o coração distraído.

Meus dizeres não se limitam à escrita. Parte do que digo, acredite, é instigada pela minha criatividade. A outra parte, todavia, é aquela oriunda do meu coração, - que só se faz sentir quem realmente ouvir meu grito.

- Entendeu?

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Só Por Deus

Pisei no chão, olhei no espelho, hesitei, balancei a cabeça, hesitei de novo, quando deparei olhando para fora da janela, de repente. E tive aquela vontade de voar, voar bem, bem alto e não perder o voo da liberdade por nada e por ninguém. Só por Deus.

domingo, 5 de janeiro de 2014

Filhota, filhotinha é

Tenho um certo peso na consciência por não ser quem eu deveria ser: uma filha melhor. É verdade que sempre pendemos para um lado nas relações, e amor de filha não é diferente. Não vou, entretanto, revelar minhas preferências relativas aos entes familiares... mas podia ser uma pessoa melhor. Sou, muitas vezes, injusta, mas o amor é justo? Difícil saber para quem anda pela primeira vez nesses trilhos... Mas, certas coisas não se escolhem, não é mesmo?

É... não podemos escolher tudo. No entanto, eu sei muito bem que existem certas coisas que não podem mudar, pois se mudarem, eu sei que me depararia, cedo ou tarde da noite, com minha própria caveira. Refiro-me à essência do amor que construí com certas pessoas ao longo dos tempos. Amores sólidos que me fortalecem mesmo quando me sinto insossa, vazia, deprimente. Oras... mas, se são amores sólidos esses, por que temer? Porque eu temo não amar quem eu sempre quero amar... da MESMA forma. Da mesmíssima forma que sempre amei. 

Por isso, o brilho dos meus olhos pode até mudar de horas em horas, ou quem sabe, esses meus olhos não se tornem mais leves que a consternação da intensidade dos pensamentos que vigoram incessantemente em minha mente!?!

Só não quero mesmo é deixar de ser a filhota que sempre quis ser a filhinha de papai cheia de amores únicos e invariáveis pelas mesmas pessoas. E sempre por elas.



quarta-feira, 13 de novembro de 2013

eu mesma.

Acho que meu melhor amigo anda se escondendo de mim. Acho que meu melhor amigo tem vergonha de viver e sorrir. Acho que meu melhor amigo tem medo de se olhar no espelho e enxergar um brilho estranho em seus olhos. Acho que meu melhor amigo tem vergonha de soltar o corpo e se deixar levar pelo ritmo da música. Acho que meu melhor amigo tem vergonha de sua personalidade extravagante, mas, ao mesmo tempo, oblíqua. Acho que meu melhor amigo tem medo de errar, só quer acertar. Acho que meu melhor amigo é incrédulo quanto à sua existência singular. Acho que meu melhor amigo tem vergonha de seu próprio nome. Mas, tenho certeza que meu melhor amigo é um lutador nato e merece vencer na vida. 

Por isso, procuro em mim, o meu melhor amigo. Eu mesma.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

essência minha

É incrível como a vida é... pois, por mais que goste de escrever, tenho vergonha de escrever o que eu sinto. Escrever numa folha, nas estrelas, mas, acima de tudo, escrever para eu mesma. Por que será? Eu não sei. Sou da área de comunicação e mal sei expressar tudo o que eu sinto, tudo que eu gostaria que se desprendesse da minha alma.

Mas, têm coisas, sim, que estão fortemente acontecendo comigo: me livrar de tudo que me faz mal, de todas as energias ruins que me circundam. Viver em tempos de mudança não é fácil: é necessária muita reflexão diária e descanso mental, coisa que, infelizmente, não consigo ter. Parece-me, que sou o tipo de gente que só descansa quando alcança, - sejam objetivos ou metas, - a serem, de fato, concretizados.

Meu cansaço me consome, é verdade... mas não sei como é me sentir vazia, sem vida, sem emoção... gosto de viver, de sentir, de canalizar... e por mais que seja difícil eu encontrar um equilíbrio em minha vida, eu estou sempre ouvindo aquela melodia que me leva à imensidão de meus sentimentos díspares e, talvez, gloriosos.

Quando estou assim, emotiva, costumo escrever: parece que minha alma fica mais leve, mais branda, mais relaxada... agora, se algum dia eu realmente conseguir relaxar minha mente, não precisarei compartilhar nada mais do que eu sinto... por aqui... porque quando me sentir realizada, mesmo, a felicidade diz por si só. Sem uma única palavra.