quinta-feira, 28 de maio de 2015

Entrelinhas

- O que você quer da vida, menina?
- Eu? Bem, eu quero apenas uma coisa...
- O que?
- Eu mesma.

Sim. Essas foram as palavras da garota, cujo nome não tem muita importância neste instante... porque ela falava com todos e para todos. Ela gostava muito dos pequenos detalhes da vida: ela inspirava a respiração aconchegante que seu anjo da guarda lhe proporcionava. Ah, como era bom apreciar minuto-a-minuto seu dia, pois suas tardes, regadas de imaginação e plenitude, a faziam preencher as páginas de sua história com todas as sete cores do arco-íris.

E ela se sentia cada vez mais viva e pró-ativa. Reconstituir a esperança que se vai a cada choro amargurado pela falta de amor. Ela não se dava por vencido, não dava o braço a torcer, pois percebia que a vida era tão imensa, intensa e cheia de si mesma, que a felicidade nada mais era do que um encontro com nossa instância superior: Deus.

Quando falava de Deus, falava de uma força interna. Algo misterioso, místico, encantador e transcendente. O elo com a divindade era eterno, sábio e silencioso - já que o trabalho maior era realizado internamente, dentro de cada um, na busca do aprimoramento de nossa essência e consciência.

Por isso, a guria, tão ansiosa e cheia de luz, sentia-se feliz, porque estava, finalmente, entendendo que a felicidade é um processo em eterna construção. E, por isso, ela transcende a morte.


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