terça-feira, 3 de novembro de 2015

Tempos profanos

Vivemos tempos profanos, perecíveis, efêmeros. Tudo é passageiro. Nada é para sempre. O homem tem pressa para ser feliz; não se satisfaz com pouco. Procura preencher seus dias na esperança de estar bem, feliz ao final do dia.
Por que é necessário estar bem, mesmo? Faço essa pergunta todos os dias para mim. Enquanto não atribuirmos sentido às nossas vidas, não há necessidade de almejarmos algo. De conseguir algo. Sendo assim, nem é preciso reclamar sobre as eventuais circunstâncias ou acontecimentos que norteiam nosso viver.
É fácil querer. No entanto, é difícil o reconhecimento. Reconhecer a vida e, principalmente, a si mesmo enquanto ser humano em eterna evolução. Costumo dizer que existem indivíduos e não seres humanos, porque estes só existem em um mundo utópico, até então. Os indivíduos, na verdade, não estão preocupados com o outro, senão com si mesmos.
E é justamente a formação de indivíduos - e não de seres humanos - que a sociedade prega e padroniza. E, em meio a tantos estereótipos, seguimos a maré sem saber ao certo aonde estamos indo... aonde queremos chegar.
Por isso, antes de sair criticando a vida, olhe para si mesmo. Quem é você, mesmo? O que você procura? Quando começar a se valorizar, tenho certeza que conseguirá ajudar o próximo e lhe estender a mão. Idealizamos tanto e fazemos pouco. Pedimos muito e moderamos ao agradecer.
Não sei desde quando começamos com esta ideia de egoísmo, egocentrismo e todos os egos da vida. Só sei que, enquanto não conseguirmos nos emancipar de tudo que nos aprisiona e nos prende, jamais conheceremos este estado de "bem" que tanto procuramos por aí. E, talvez, nem seja preciso procurar tanto aquilo que só precisamos sentir.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Despidos de amor

Hoje, ao levantar, me senti pronta. Mesmo com sono, dei o primeiro passo: agradeci a Deus por mais um dia, por mais uma oportunidade. Era de coração, pois alimentava minha alma e meu espírito de esperança. Sentia uma vibração em tudo que via à minha volta - desde as pequeninas folhas rasgadas à mais bela borboleta amarela que aparecia pelo meu quintal, esbanjando um voo cheio de vitalidade. Gostava das borboletas amarelas: sua cor, além de ser da tonalidade do sol, representava a alta conexão mental com o plano divino. Até porque a cor amarela simbolizava a reflexão linear; o raciocínio de uma forma criativa. E a borboleta, por mais pequena que fosse, me transmitia criatividade e acolhimento assim como a mais forte e calorosa penetração de um raio solar sob a pele.

Tudo, afinal de contas, estava interconectado: nós não vivemos mera e casualmente uma vida qualquer. Nós não vivemos ao acaso; nós vivemos todos juntos, embora nossas mãos ainda estejam separadas pelos muros colossais concebidos pelo julgamento incessante do outro. E quem era o outro, afinal de contas? O outro era a borboleta amarela, a formiga, a planta adoecida pela falta de chuva. O teu próximo era toda a humanidade. E a humanidade abarcava todos os seres, mesmo os inanimados como as rochas de lindas praias paradisíacas. Mesmo, ainda, aquele bichinho de pelúcia que você cultivava na sua infância por longos e extensos anos.

Você, um dia, já foi uma criança: já acreditou em um mundo de sonhos e fantasias, rodeado de anjos, de bruxas, de fadas madrinhas. E agora, já crescido, você vive uma vida sustentada pela concretude das coisas. Seu mundo, se antes colorido à la Faber Castell em 120 tons, hoje é descartado como uma simples folha de papel rabiscada à caneta. Não havia mais encanto em sua vida. E toda aquela ingenuidade, que outrora você tinha quando garoto, deixou de existir pela simples conversão da magia em loteria. 

Sim, magia em loteria, já que, quase sempre, subordinamos nosso ser, corpo, mente e espírito às necessidades materiais, condicionadas pelo poderio proporcionado por um maior número de bens. Assim, ao invés de ajudarmos ao outro e a nós mesmos, por meio de práticas de autoconhecimento e valorização de toda a forma de vida, ansiamos por estar a frente de alguém; ser melhor do que outro indivíduo. Sim, outro indivíduo. Porque, ao meu ver, a palavra ser humano já não mais faz sentido em uma sociedade que perdeu a fé na humanidade. E hoje não mais uma borboleta ganha visibilidade, mas a quantidade de animais que conseguimos predar.

Mas, apesar dos pesares, eu continuo acreditando em tudo que sinto. Eu continuo tendo fé na humanidade, porque eu me encontrei e encontrei sentido em minha vida. E é por isso mesmo que agradeço todos os dias à Deus pela oportunidade de compartilhar. Pela chance de comungar com o outro tudo que faz parte de mim e tudo que alimenta a natureza. Pois, no final das contas, somos todos um.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

A esperança e a morte

A esperança é a última que morre, diz o ditado.
A esperança é a última morte, diz a menina.

A esperança será a última morte, porque todos os dias, morremos um pouco. Morremos uma pequena morte dentro de nós. Transformamo-nos e morremos. Vivemos. Morremos de novo e renascemos. E quando a esperança morrer, tenha certeza de que você também morrerá. Literalmente. Porque a esperança é o amor que temos por nós mesmos. E quando já não conseguir se amar mais, você deixará este corpo e partirá para uma nova vida, do outro lado do mundo.

Você é esperançoso(a)? Ou você nutre a morte por você? O que você contempla? A luz ou a sombra? Jamais se esqueça, antes de mais nada, que aonde há vida, há morte. E a morte vive em você, todos os dias. Só não deixe que a morte seja maior do que a vida que existe em você. Senão, a esperança, assim como a flor, murchará do dia para a noite. E, assim como a flor, você deve regar todos os dias o amor que existe em você.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

A parte boa da morte

Li uma vez que a morte é a passagem para a luz. Nós saímos do nosso corpo para um estado pleno de consciência. E, quando morremos, vamos ao encontro de nossos mestres superiores que nos mostrarão, em poucos minutos, uma compilação dos principais episódios de nossa vida, por meio de um pequeno "filme". E o "filme", por incrível que pareça, é rápido. Dura pouquíssimos minutos. 
Após o término do filme, nossos mestres nos perguntam se conseguimos alcançar nossa missão nesta vida. Como somos seres que vivem em um plano espiritual plenamente conscientes de quem nós somos, conseguimos, sem hesitação alguma, responder-nos se cumprimos com a tarefa que nos foi dada. Se a resposta for sim, ótimo. Mas, caso seja não, ótimo também. Ainda há tempo de, na próxima reencarnação, cumprirmos com nossas pendências. Nunca é tarde.
O aprendizado é infinito, porque nós somos seres de luz que já morreram no plano material. Sim, estamos mortos desde que nascemos. E a explicação para isso, segundo a curadora Barbara Brennan, é recorrente do fato de não nos lembrarmos de quem nós somos. Nós viemos para este plano para justamente lembrarmos um pouco de nossa essência e, assim, ser viável a possibilidade de nos conhecermos, um pouco que seja, ao longo da misteriosa trilha da vida.
É por isso que não podemos, de forma alguma, desistir de quem nós somos. À nós cabe as infinitas possibilidades de autorrealização, de amor, de plenitude e de encantamento. Se a vida é sinônimo de morte, que façamos da vida a morte que nos revigora a cada nascer do sol. Que não tenhamos medo de morrer e nascer no dia seguinte. Que nos permitamos viver a cada dia com mais curiosidade, com mais vontade de aprender e de tornar-nos mestres de nossas vidas.
Portanto, se viemos à vida com a finalidade de resgatarmos pequenas partes de nós já esquecidas pelo tempo, que consigamos cumprir nossa missão sem medo de errar, sem medo de arriscar. Pois, somos todos vitoriosos e reinamos no mundo celestial: Deus nos aguarda, mas, até que isso aconteça, não deixe de despertar o seu Deus interior.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Mãos de Luz e a função dos chakras

- Chakras: centros de energia que ativam o bom funcionamento de todos os órgãos do organismo.
- Para que haja um bom funcionamento do organismo, todos os chakras precisam trabalhar harmoniosamente, em uma direção equivalente a dos ponteiros do relógio.
- A obstrução de qualquer um dos chakras prejudica o fluxo equilibrado de energia do corpo. Além disso, a obstrução influi em problemas e distúrbios psicológicos.
- Existem sete chakras ao longo do corpo. Todos eles possuem um lado frontal e dorsal.
- O primeiro chakra relaciona-se com a coluna vertebral e os rins. É a região em que a sensação de estar vivo e "presente" é plena. Remete a nossa viviência física, material. Pés no chão. O segundo chakra relaciona-se com o sistema reprodutor. É a região em que estão imersos nossos desejos mais íntimos relacionados com o prazer sexual e carnal. O terceiro chakra relaciona-se com o estômago, fígado, vesícula biliar e sistema nervoso. É a região em que estamos conectados com a reflexão mental. O quarto chakra relaciona-se com o coração, um canal para nossos sentimentos, como amor, felicidade, tristeza e ódio. O quinto chakra relaciona-se com o aparelho brônquico e vocal, na área da garganta. É a região em que estamos conectados com nossa força mental, o poder transformador de nossos pensamentos e palavras. O sexto chakra relaciona-se com nosso cérebro inferior e sistema nervoso. Região ligada ao nosso poder espiritual e ao amor divino, que transcende o plano físico. O sétimo chakra relaciona-se com nosso cérebro superior. Região ligada ao amor e compreensão plenos, em que o mundo físico e espiritual se harmonizam e se integram.
- Uma das formas de ativar os chakras é através da meditação. A meditação possibilita a abertura de todos os chakras e a transmutação de energia de um canal para outro.
- Além da meditação, um bom exercício para ativar os chakras é massagear os músculos do corpo no sentido horário. A energia, desta forma, flui de forma gostosa e benéfica à boa saúde corporal e mental.
- É importante notarmos que cada pessoa funciona em um tempo e espaço distintos. Como diria Einstein, em sua Teoria da Relatividade, cada pessoa tem um tempo e um espaço certo para agir. Ningúem está errado. Cada pessoa está certa, pois a cada um foi dado o livre arbítrio para fazer aquilo que lhe é certo e que faz sentido em um determinado período e situação da vida. Todos nós funcionamos de maneiras distintas, e nossos corpos também.
- Nossa mente é uma extensão de nosso corpo. Tudo que pensamos, cremos e fazemos influi na dinâmica e no fluxo de energia corporal.
- Desta forma, nossos pensamentos influem em nossas ações que, por conseguinte, direcionam nosso estado de saúde. Se tivermos pensamentos bons, com boas vibrações, seremos mais fortes fisicamente. Se cultivarmos energias ruins, seremos mais suscetíveis à doenças.
- É possível realizarmos aquilo que desejamos, por meio da técnica da visualização. A técnica da visualização pode ser utilizada na meditação e ela é uma facilitadora na concretização de nossos desejos. Quanto mais energia eu direciono, mentalmente, mais ela é direcionada ao plano físico.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

A perfeição existe

Hauri todas as possibilidades e cheguei à seguinte conclusão: queremos receber; dar que é bom, não. O ser humano é um bicho complexo demais para tentar desvendar todos os mistérios que o cercam. Por isso, acredito, às vezes, que nos é inútil o pensar incessante de certas nebulosidades e maravilhas misteriosas que só Deus, ou uma força mágica, nos concebeu. Vale tanto a pena, assim, filosofar tardes e tardes pensando por que, afinal, uma cadeira é uma cadeira, como o faz o intrigante e eloquente filósofo Nietzsche? 

Hoje, vivemos um verdadeiro paradoxo: estamos tão exaustos, cansados na ânsia descontrolada e desenfreada de consumir mais e mais imagens, informações e conteúdos, que não queremos pensar em mais nada. Desejamos, ao contrário, meditar horas e horas ao lado de belas e energizantes cachoeiras interioranas. Por que não? Faria tão bem ao nosso espírito! E o pior não é saber disso, é saber o quão impotentes e frágeis nos encontramos nos dias de hoje. 

Sim. Frágeis. Qualquer coisa parece nos derrubar. Somos suscetíveis às mais variadas doenças a todo e qualquer instante. Por isso, penso que nada em excesso é bom: não devemos nos prender e criar utopias acerca da finalidade real de nossa existência, tampouco viver debaixo desta superficialidade que emerge, com tamanha intensidade, da era da iconofagia.

Devemos, ao contrário, ser uma ponte entre a terra e o céu. Receber tão quanto conceder. E, sobretudo, nos calar nos mistérios divinos que coroam a magnitude do universo. E do ser humano.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Entrelinhas

- O que você quer da vida, menina?
- Eu? Bem, eu quero apenas uma coisa...
- O que?
- Eu mesma.

Sim. Essas foram as palavras da garota, cujo nome não tem muita importância neste instante... porque ela falava com todos e para todos. Ela gostava muito dos pequenos detalhes da vida: ela inspirava a respiração aconchegante que seu anjo da guarda lhe proporcionava. Ah, como era bom apreciar minuto-a-minuto seu dia, pois suas tardes, regadas de imaginação e plenitude, a faziam preencher as páginas de sua história com todas as sete cores do arco-íris.

E ela se sentia cada vez mais viva e pró-ativa. Reconstituir a esperança que se vai a cada choro amargurado pela falta de amor. Ela não se dava por vencido, não dava o braço a torcer, pois percebia que a vida era tão imensa, intensa e cheia de si mesma, que a felicidade nada mais era do que um encontro com nossa instância superior: Deus.

Quando falava de Deus, falava de uma força interna. Algo misterioso, místico, encantador e transcendente. O elo com a divindade era eterno, sábio e silencioso - já que o trabalho maior era realizado internamente, dentro de cada um, na busca do aprimoramento de nossa essência e consciência.

Por isso, a guria, tão ansiosa e cheia de luz, sentia-se feliz, porque estava, finalmente, entendendo que a felicidade é um processo em eterna construção. E, por isso, ela transcende a morte.